um grito

O que sei do amor me parece pouco

O que sei da paixão é menos, muito mais

O que vejo nos humanos me apavora mais que me acalma!

Os ouço manipulando verdades sem se imaginarem tão tolos

Dou-lhes corda, e os assisto se enroscarem nelas, nas verdades

até darem nó na língua, na garganta, no peito!

Danço a dança dos mortos vivos com os comensais - perdidos da calma e da alma - a dança dos vivos e dos meus mortos danço guardada

dos seus olhares, sombrios!

Ninguém me queimará em praça pública - não vai longe o tempo das trevas, visto daqui ele o tempo não existe, existem as atitudes - Tampouco me gritarão ao passar, por louca, a louca!

Embora tenhamos inventado mais uma infinidade de deuses

Andamos cabisbaixos, ainda não mudamos a direção do nosso olhar, dos nossos passos, e eu não sinto pena, sinto tristeza!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 19/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3227817