um grito
O que sei do amor me parece pouco
O que sei da paixão é menos, muito mais
O que vejo nos humanos me apavora mais que me acalma!
Os ouço manipulando verdades sem se imaginarem tão tolos
Dou-lhes corda, e os assisto se enroscarem nelas, nas verdades
até darem nó na língua, na garganta, no peito!
Danço a dança dos mortos vivos com os comensais - perdidos da calma e da alma - a dança dos vivos e dos meus mortos danço guardada
dos seus olhares, sombrios!
Ninguém me queimará em praça pública - não vai longe o tempo das trevas, visto daqui ele o tempo não existe, existem as atitudes - Tampouco me gritarão ao passar, por louca, a louca!
Embora tenhamos inventado mais uma infinidade de deuses
Andamos cabisbaixos, ainda não mudamos a direção do nosso olhar, dos nossos passos, e eu não sinto pena, sinto tristeza!