Sonhos ao luar...

Esther Ribeiro Gomes

‘Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,

que poisam sobre duas violetas,

asas leves, cansadas de voar...

E a minha boca tem uns beijos mudos

e as minhas mãos uns pálidos veludos,

traçam gestos de sonho pelo ar...’

(Florbela Espanca)

Quando o luar ilumina a campina,

minh’alma volta a ser menina

e se veste de sonhos coloridos

que hoje não têm mais sentido...

Foram tantos sonhos ao luar,

que minh’alma saia a voar

e desaparecia nas brumas do tempo...

Foram inesquecíveis momentos,

em que me perdi na triste ilusão

que os sonhos seriam realidade

e acalentava meu coração,

pensar que teria eterna felicidade!

Hoje só restaram as recordações

que perfumavam minhas noites de ilusões

e teu riso ainda ecoa em meu ouvido,

trazendo doce aroma de saudade,

daquele etéreo tempo de fugaz felicidade!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 20/09/2011
Reeditado em 20/09/2011
Código do texto: T3230313