supernova
Meu coração é uma estrela de quatro pontas
Uma aponta à sudeste, a outra ao norte
Outra me prende ao sul, entre-dentes
E uma outra leste assesta para lugar nenhum!
Então tenho um quarto do meu coração ainda vazio
Um outro quarto ocupado com a minha casa
Num outro tenho deixado abertas as janelas
Carece de mais luz, como o que me move o corpo!
Com tanta bifurcação coitado, este meu coração
é um azorrague a golpear insano o meu ser, matando
a minha alma, deixando-me à mercê, abrindo chagas
Estou enlouquecendo, por tanta lágrima, tanto açoite!
Enquanto escrevo exorcizo, entrego ao tempo a cura
E sei, nenhuma dor pode ser tão grande tão densa que não revolva
os sentidos, mesmo continuando a se esticar feito uma corda inda
Atada à sudeste pelo umbigo e ao norte por uma estranha sorte!