supernova

Meu coração é uma estrela de quatro pontas

Uma aponta à sudeste, a outra ao norte

Outra me prende ao sul, entre-dentes

E uma outra leste assesta para lugar nenhum!

Então tenho um quarto do meu coração ainda vazio

Um outro quarto ocupado com a minha casa

Num outro tenho deixado abertas as janelas

Carece de mais luz, como o que me move o corpo!

Com tanta bifurcação coitado, este meu coração

é um azorrague a golpear insano o meu ser, matando

a minha alma, deixando-me à mercê, abrindo chagas

Estou enlouquecendo, por tanta lágrima, tanto açoite!

Enquanto escrevo exorcizo, entrego ao tempo a cura

E sei, nenhuma dor pode ser tão grande tão densa que não revolva

os sentidos, mesmo continuando a se esticar feito uma corda inda

Atada à sudeste pelo umbigo e ao norte por uma estranha sorte!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 25/09/2011
Reeditado em 24/10/2011
Código do texto: T3240900