hiato
O que é real nos apavora
Por isto inventamos os sonhos
Ainda que os façamos reais
Ainda que nos adoeçam e matem
Ainda assim temos verdadeiro pavor
A toda manifestação realmente real
Aquelas que nos fazem acordar os sentidos
Tão brutal e religiosamente adormecidos
Insistimos derradeiros em não sair do círculo
Nos prendemos aos órgãos baixos, tal doença
Sentimos medo em evoluir, não entendemos
A responsabilidade em enfrentarmos sozinhos
Já que não nos compreendemos ligados, procriamos
procriamos, e desenvolvemos uma inteligência fenomenal
Até de prender cordas ao infinito das nossas razões
Por tanto medo de nos esborracharmos no vazio, existencial!
Não contamos ainda com o aliado mais poderoso
O amor, talvez por sabermos da dor da perda
Assim caminhamos, chorosos e arrogantes
Pisando em falso, em busca de alguma panaceia!