esperei por ti

esperei por ti

aqui

como se fosse

eternamente

não viestes

minha cara

pobre de mim

quando mentes

é com a desfaçatez

das meretrizes

não me deixastes

qualquer aceno

qualquer talvez

qualquer lembrança

dos nossos momentos

mais felizes

sem esperanças

largastes em mim

o desaconchego

noites vazias

a chuva

o sereno

em meio ao desabrigo

de um sono desamante

fizestes tanto comigo

me deixastes sem ti

aqui

exausto

envolto nesse medo constante

sozinho

ao relento

calejado pelo vento

morrendo de frio

em pleno desalento

em pleno descaminho

esperei por ti

não viestes

não me destes a razão

não me mandastes um olhar

um sinal

sequer uma gota que fosse

de perdão

cruel

tua atitude

cruel

teu desapego

ainda não sei como eu pude

me doar tanto assim

eu que te amo

não imaginas

o que me causas

não imaginas

o desastre

quando me enganas

quando me iludes

ai de mim

ai de nós

transparecem enfim

os nossos contrastes

apagaram-se todos os traços

soltaram-se todos os laços

desfizeram-se todos os nós

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 29/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3247750