Clausura

O sol que sai todos os dias de dentro de mim

É o que ainda me salva dos tormentos ingeridos

Mais confesso que os olhos cegos me avassalam

Há uma retração de pele onde o prazer se rasga

Ando sem chão no céu das minhas pelejas diárias

Encontro mil bocas e vultos de uma noite fumante

E como dói beber ao longe o cheiro forte de gente

Disponho-me a comer os gemidos dos derrotados

Na liberdade de está presa por desencontros meus

Quem passa por mim não ver o ser que não existe

O que está vivo no mormaço de um corpo voando?

Uma inquisição dominante de idéias desabotoadas

Irei correr e sair desse mundo nu na devastação

Somente minhas carnes frias sentirão a substância

E ao mestre maior que abra as portas da clausura

Não regressarei aos maus vividos anos retrógados.