um outro grito

Se queres mesmo saber, azar o meu se não és real

Afinal, nada nesta nossa pequena vida é deveras real

O que não é sonho pessoal e intransferível é sonho sonhado

por doentes da avareza ou do medo - à salvo raros casos!

Não entendo, deixo claro, não entendo, minha vista anda turva

Há muitas em mim, creia, nenhuma fotografia me fará jus, nem a ti

E fui contagiada pela doença mais desesperadora, câncer na alma

Um dos sintomas mais letais já possuo, a desconfiança!

E eu simplesmente não sei ou quero viver isto, não posso

Posso me curar e a brincadeira acabou se não há brincadeira

O que mais pode ser levado tão à sério, a cotação na bolsa de valores, o próximo lixo espacial a cair na terra nestes dias, ou a bunda na tv?

Profetas anteviram este espetáculo, a famosa babel, incompreensível

Céus! Só por isto sou louca, onde eu estivera durante todo o tempo?

Brincando de imortalidades, só pode ter sido mas, brincar não é mentir

não necessariamente então por favor amor, releve minha falta de jeito!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 01/10/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T3251115