Tudo em nome do tempo

Em todos os minutos

Águas em grande quantidade

Reparo.

A natureza berra!

Tudo que é em demasia arruína

A mesma água da vida, traz demolição, ausência total de ordem.

Morte.

O tempo não é mais o mesmo.

A cadência se faz pelas gotas da chuva.

A urbe não é mais da garoa.

É o espaço das cheias, das inundações

Nossos rios esquecidos fervilham, multiplicam-se.

Estouram.

As calçadas são construções líquidas

E a imensidão encharcada desce ruas.

Que criamos nós?

"Se essa rua, se essa rua fosse minha,

eu mandava, eu mandava ladrilhar"

Do canto infantil, à nossa imprudência

Sequer são pedrinhas de brilhantes,

Tudo permanece protegido pelo cinza escuro e frio.

Tudo em nome do tempo, que não possuímos mais.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 01/10/2011
Código do texto: T3251491
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