simetria do medo

Esta é uma ode ao medo, à verdade

Canto torto, rimas tortas

Gigante mais voraz de toda existência

Ao caçador mais implacável e contumaz!

É ele quem move, não a coragem

Esta não passa de uma ferramenta rara

Não passa de um objeto vazio de vontades

Imprescindível é verdade, aos que desejam!

Quem deseja, deseja, manter ou perder

É preciso sentir medo para valorar

Salve o medo! Salve!

Salvem o medo, dele mesmo!

Alguém em algum lugar sempre o buscará

Para mover-se por entre as águas de um mar

Para cortar os céus

Para se deprimir ou se curar!

Dele, não haverá uma ilha para se refugiar

Ele é a ilha, sedento em ser o continente

Só a humildade domará esta fera mordaz

Só a humildade poderá transformá-la em aliado!

E eu não canto a subserviência, muito embora concorde

Quem gosta de ser bajulado mereça o bajulador

Ao cauto e incauto, ele o absolverá, o condenará, meu apreço

Por fim toda e qualquer atitude tem seu preço!

Então cantemos o medo, e o honremos

Ele está vivo, é a criação mais genial de um organismo

Contra os malefícios e os benefícios, é o Deus

Dos fracos e dos fortes, cada um a seu jeito!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 05/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3259260