simetria do medo
Esta é uma ode ao medo, à verdade
Canto torto, rimas tortas
Gigante mais voraz de toda existência
Ao caçador mais implacável e contumaz!
É ele quem move, não a coragem
Esta não passa de uma ferramenta rara
Não passa de um objeto vazio de vontades
Imprescindível é verdade, aos que desejam!
Quem deseja, deseja, manter ou perder
É preciso sentir medo para valorar
Salve o medo! Salve!
Salvem o medo, dele mesmo!
Alguém em algum lugar sempre o buscará
Para mover-se por entre as águas de um mar
Para cortar os céus
Para se deprimir ou se curar!
Dele, não haverá uma ilha para se refugiar
Ele é a ilha, sedento em ser o continente
Só a humildade domará esta fera mordaz
Só a humildade poderá transformá-la em aliado!
E eu não canto a subserviência, muito embora concorde
Quem gosta de ser bajulado mereça o bajulador
Ao cauto e incauto, ele o absolverá, o condenará, meu apreço
Por fim toda e qualquer atitude tem seu preço!
Então cantemos o medo, e o honremos
Ele está vivo, é a criação mais genial de um organismo
Contra os malefícios e os benefícios, é o Deus
Dos fracos e dos fortes, cada um a seu jeito!