uma pedrinha de volta

Uma pedrinha de volta

itacoatiara

Tati,

Lá se vai a pedra polida morro à baixo,

à cima, vá saber o que há mesmo depois do morro

Og filho vai à escola conhecer a natureza das rochas

sob um olhar humano, a escala das suas durezas

Claro, deve ter uma outra palavra na ciência

certamente mais dura, mais fria, num catálogo!

Peço licença, é da minha família o trato

Mais um que parte

E parte o meu coração, já em frangalhos!

Que diabos de loucura nos atingiu

Não nos cuidamos direito

O mundo tem o poder de exercer esta pressão maligna

sobre homens de coração limpo

Chega um tempo e ele não se vê mais!

Poetas como ele não deveriam morrer, nunca

Não por serem anjos ou santos, não mesmo

Mas, são sempre eles que cuidam das flores

e das dores do mundo que os rodeiam

O mesmo mundo que não para para lhes dar

a devida atenção!

São eles nas suas loucuras transpirando a vida

iluminando tudo com as suas humildades

E é preciso estar humilde para percebê-los

Aos verdadeiros poetas, os que não se escondem

por trás das palavras, todos os que andam descalços

e abrem o peito ao vento, e amam, são puros!

Quão doce e vibrante a energia exalada ao redor

Eles cheiram à primavera, eles perfumam tudo

com os seus sorrisos, suas vozes, suas odes

Até que o seio, a terra, os tenha de volta

Pedrinha de volta à natureza, mais um poeta

Adubando o mundo!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 06/10/2011
Reeditado em 20/01/2012
Código do texto: T3261433