uma pedrinha de volta
Uma pedrinha de volta
itacoatiara
Tati,
Lá se vai a pedra polida morro à baixo,
à cima, vá saber o que há mesmo depois do morro
Og filho vai à escola conhecer a natureza das rochas
sob um olhar humano, a escala das suas durezas
Claro, deve ter uma outra palavra na ciência
certamente mais dura, mais fria, num catálogo!
Peço licença, é da minha família o trato
Mais um que parte
E parte o meu coração, já em frangalhos!
Que diabos de loucura nos atingiu
Não nos cuidamos direito
O mundo tem o poder de exercer esta pressão maligna
sobre homens de coração limpo
Chega um tempo e ele não se vê mais!
Poetas como ele não deveriam morrer, nunca
Não por serem anjos ou santos, não mesmo
Mas, são sempre eles que cuidam das flores
e das dores do mundo que os rodeiam
O mesmo mundo que não para para lhes dar
a devida atenção!
São eles nas suas loucuras transpirando a vida
iluminando tudo com as suas humildades
E é preciso estar humilde para percebê-los
Aos verdadeiros poetas, os que não se escondem
por trás das palavras, todos os que andam descalços
e abrem o peito ao vento, e amam, são puros!
Quão doce e vibrante a energia exalada ao redor
Eles cheiram à primavera, eles perfumam tudo
com os seus sorrisos, suas vozes, suas odes
Até que o seio, a terra, os tenha de volta
Pedrinha de volta à natureza, mais um poeta
Adubando o mundo!