Palco armado

As portas estão abertas,

os pátios te convidam...

há um silêncio na platéia

e o espetáculo se anuncia.

Uma bailarina entra ao palco

vestindo seda colorida

pelo trajo vê-se que é pobre

a arder na sina de artista

As luzes do palco são fracas

dando ao ambiente requintes

de algum ambiente de casa

talvez sala de estar ou cozinha.

Um palhaço triste se acomoda,

trazendo às mãos um violino

que é tão triste quanto o semblante

que esconde o seu sorriso

O violino é velho, desafinado

a bailarina magra, franzina,

mas sob as luzes fracas do palco

a música logo se inicia

E a dança adquire espaços

em um gesto de conquista

abre alas ante o público

que calado assistia

Não era a dançarina pobre

era a imagem de um cisne

que pedia novos vôos

aos gestos que fazia

Embalada pela música

que soava em poesia,

deu-se conta que era a fênix

em corpo de bailarina

quando parou de dançar

emoção em lágrima convertida

nem se deu conta que ao redor

era o público que aplaudia.

Respeitável público, dizia:

Sou quem te chama à dança

meu nome é luz melodia...

Alguns me chamam de Aurora

mas outros me chamam Sophya.