DESAPEGOS
Desata o nó da canoa!
Deixe-a correr à toa
rio abaixo, adentro, mar...
Mira o horizonte da proa:
Água barrenta, água boa;
água que terras vão salgar
Liberta o sentimento!
Cais, firmamento, vento...
Há tantas coisas no ar!...
Deixo passar o momento
obedeço o movimento de sair,
seguir, deixar.
Desata o nó da espera!
Deixa chegar nova era
Boas novas de outro lugar.
Deixa o cochilo na rede
deixa o peito acalmar sua sede
na voz de outro vento a soprar.
Que o ser, quando pronto à serenar, se recolhe
e acolhe a paz que chega
ao deixar.
D.V.
13/09/2010
Copyright © 2011 Dulce Valverde All Rights Reserved