A MALA

A MALA

Não há nada mais difícil,

Nem momento mais incerto,

Em minha mala tão dócil

Quantos socos eu lhe acerto.

Do guarda-roupa decerto,

Tudo querendo levar,

Como se para o deserto

Estivesse a me mudar.

Toda viagem eu repito:

“Desta vez eu me conserto”.

Mas do cérebro ouço um grito:

“Desta vez eu não me aperto”.

Quero fazer tudo certo,

Nem de menos, nem de mais.

Mas no final eu enxerto,

Enchendo a mala demais.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 12/10/2011
Código do texto: T3272012
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