Na casa dos trinta

Na casa dos vinte,

regia ainda o está-por-vir.

Fui por excelência

porta-bandeira do deixe-estar.

Dançava furiosamente

por ruas empedradas

com minhas saias rodadas,

uma pedra ardendo na testa.

Na casa dos trinta,

indecisão e inconseqüência

morrem afogadas—

uma na praia e a outra em alto-mar.

Não me resta outra opção.

Dobro e guardo a bandeira, as saias.

Tiro do bolso o mapa minúsculo

que me encaixaram

debaixo da língua quando nasci.

Ergo a vista, lanço a trilha.

Engreno a sina.