O Tempo

Quando o Silêncio, nas cicias horas, medita,

Naquele quarto já olvidado no Tempo,

E acorda em fronhas, belas rendas, fico aflita,

Ao ver que o Tempo, foi devasso e sem alento.

Quando o Silêncio invade mansamente o ser,

E ficam só os burburinhos memoráveis,

Canto, nas horas mortas, prantos infindáveis,

De Sol a Sol, num bel Ocaso, sem prazer!

E os anos passam, docemente, fio a fio,

Nas Primaveras dum remoto tresvario,

Que aqueceram, na noite, lírios tão vetustos!

Calo-me, agora! Fica então a velha safra,

Daquele Inverno, que cortou como uma adaga...

Reminiscências de Silêncios revolutos...