declaração de incapaz

aquilo que cobras de mim

meu cansado coração não se atreve a denunciar.

esconder-se por trás da velha armadura

não é vergonhoso quando se tem um coração maltratado a palpitar.

mas insensível não sou, distante tampouco.

tu desconheces a natureza do meu ser,

meus conflitos existenciais,

tudo sobre minh’alma e um pouco mais.

amar-te um dia talvez,

meus pés galgam caminhos seguros.

odiar-te não sei,

mas confundir-me em palavras e sentimentos conhecidos

são erros que cometo desmedidos.

se quiseres ir em frente,

não esperes que eu o siga:

- meus pés galgam caminhos seguros e

meu coração, triste ladino,

erra uma sístole,

erra uma diástole.

verdadeiros pensamentos cercam-me por inteiro.

eles me traem, eu me traio.

e tu não entendes, tu não compreendes e

angustiados findo chegamos.

não acredito em minhas promessas,

tuas nem me invento mais.

já caí em contradições, erros fatais.

mas tu não és perfeito,

tu como eu erras

e eu não te cobro nada.

mas findo hoje chegamos,

tu como antes não és.

e se eu não serei a extremada senhora que idealizas,

cairei aos meus pés sabidamente e sem receio,

porque sei que meu coração

se recolhe mais e mais ao interior sombrio e feio

da minh’alma abstrusa e,

peremptoriamente,

confusa, insegura e muitas vezes

desumana.

e findo chegando,

dilacero-me as entranhas:

- opera funerea –

prelúdio do renascimento do ser humano

embebido de volições e

de mudanças.

02/04/2010

Kauana Costa
Enviado por Kauana Costa em 20/10/2011
Reeditado em 26/01/2023
Código do texto: T3288586
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