Desejos do Poeta

O poeta não quer esquecer-se das luzes do passado

E nem permitir momentos obscuros no seu cérebro.

Deseja iluminar o encoberto pelas névoas do ocaso.

Quer conduzir-se pelas metáforas agudas da Paixão.

Não deseja aprender línguas, dialetos ou doutrinas,

Nem folhear tratados encerados pelo verniz do tempo.

Para ele basta o dia raiando pelas bandas da aurora.

A vida vem do mar, caminhando por entre os ventos

Em forma de Sereia, sacudindo as espumas dos cabelos,

Dançando ao andar na areia, exibindo ancas como ondas.

Ela, feita de mito se faz estrela e deixa no vento cicatriz.

Por certo seu corpo oculta muitas ilhas, muitos segredos.

Molhada, deixa úmidos os pensamentos e os desejos.

O poeta quer caminhar lá fora como andarilho do vento,

Atravessar o acaso, deixando para trás o relógio, o atraso.

Quer sim fazer jus à inspiração e da vida a profissão de POETA.

Laerte Creder Lopes
Enviado por Laerte Creder Lopes em 21/10/2011
Reeditado em 24/10/2011
Código do texto: T3290447
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