lá é aqui

Bendito abrigo!

Tempestade se formando lá fora

Protejo-me, misturada entre discos e livros e filmes

Tudo ao lado à mesa entre aveias, castanhas e arroz

Integral, orgânicos, embora desconfie dos rótulos, todos eles!

Tudo que não tenho espera por mim

Tudo que não sou esperam de mim e do meu coração indócil

Onde foi dar o mundo prometido

Este, aprendido a conhecer e adentrar

Durante tanto tempo e eu simplesmente não o vejo, onde!

Onde estarão os que não vivem sonhando acordados tão sonâmbulos

À beira-mar, no Himalaia, sob marquises, presos em algum laboratório

Nalgum labirinto, onde? Guardados da rudeza do mundo entre eufemismos

Perdidos entre álcool etílico e anfetaminas

Saibam, ainda há lugar à salvo cá por estas bandas do meu peito!

Estarão como eu, buscando encontrar a terra prometida

Lá onde vivem os homens

Céus! Nada existe, enlouquecemos todos entre misérias e miseráveis

De sãs ainda restam as construções com entradas para homens e cães

Os pássaros e os gatos não se importam com as portas!

Talvez ainda me salve, talvez ainda haja algum paraíso

Mas não, não há salvação quando se aprende amar

Por isto a eternidade e outros mundos após a morte?

Vou ter com a minha mãe ela não se esconde e me ensinou boa parte

de tudo isto que não sou pensando estar me ensinando a ser, outra!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 22/10/2011
Reeditado em 19/01/2012
Código do texto: T3292327