NEGRO VOO
À sombra do frio da tarde,
Ao fundo da vista preferida,
Um urubu bem pitoresco
Exibe-se para a natureza
Comum das percepções.
Ah, meu velho
Para sua surpresa
Sua atuação não passou incólume.
Eis que aqui, meu olhar
Percebe arte no seu voo.
Explodi o anonimato do seu exercício,
Definindo o indefinido de sua atuação.
A montanha ao fundo
Desenhava uma linha no horizonte da janela.
Passeando por ela
Seu corpo negro ponto
Costura o infinito com a linha
Torta do relevo contemplado.,
Cosendo um manancial de pensamentos,
Tão cortantes e libertos quanto um mergulho
Pela fendas abissais da intimidade humana,
Onde lá lemos histórias, muitas delas coloridas
Pela negritude de coisas voadoras como um
Urubu despretenciosamente passeando pela
Tarde ingênua de um poeta ETIlizado.