NEGRO VOO

À sombra do frio da tarde,

Ao fundo da vista preferida,

Um urubu bem pitoresco

Exibe-se para a natureza

Comum das percepções.

Ah, meu velho

Para sua surpresa

Sua atuação não passou incólume.

Eis que aqui, meu olhar

Percebe arte no seu voo.

Explodi o anonimato do seu exercício,

Definindo o indefinido de sua atuação.

A montanha ao fundo

Desenhava uma linha no horizonte da janela.

Passeando por ela

Seu corpo negro ponto

Costura o infinito com a linha

Torta do relevo contemplado.,

Cosendo um manancial de pensamentos,

Tão cortantes e libertos quanto um mergulho

Pela fendas abissais da intimidade humana,

Onde lá lemos histórias, muitas delas coloridas

Pela negritude de coisas voadoras como um

Urubu despretenciosamente passeando pela

Tarde ingênua de um poeta ETIlizado.

MARCO ANTONIO BREGONCI
Enviado por MARCO ANTONIO BREGONCI em 23/10/2011
Código do texto: T3293495