MEMÓRIA DAS MÃOS
Sim, lembram o teu corpo minhas mãos!
Lembram teu rosto,
lembram teu gosto
e a razão.
Eu tenho memória das mãos.
Em mim mora a história
que relata nossa hora,
que aflora ao coração.
E me delatam o toque das mãos
que ávidas acariciam a tua cor;
tuas flores sobre o cobertor,
teu pulsar, teu bom sabor.
Trago na pele e nas mãos,
a lembrança do teu rio a me navegar
a beleza e a calma do teu amar.
E levo nas linhas das mãos
traçados da tua lição
que me chegam a cada encontrar.
Mas, vou discorrendo as mãos
nos segredos que temo contar;
nas verdades que devo ocultar
para não explodir nosso mar.
Então,
guardo nos bolsos as mãos,
para cuidar-nos com mais precisão.
Para manter-te seguro em meu ar.
D.V.
10/2001
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