Encorajamento por culpa e dó
Língua ingrata mostrada de frente
É calçada de sombra curta
Cansado vou, rangendo as solas
Provoco as grades:
esmago a palma
No ferro em solda
Sentido centro
Cai um relance
Desvio a imagem
E de toda calma
O alimento
Renasce a idéia de contratempo
Acaba-se o dia num instante
Com uma média azeda na mão,
eu digo: “camarada”.
Deixo o fusca passar
A morte acende
a coisa estúpida da alma
Venho aqui, só por estática
Refugo-me inerte,
em “com licenças” solenes
Julgo ser prata
o metal dos olhos
Deduzo reflexo, sei lá
Então, se corta a corrente
E acabo amargo,
entendendo o átimo
Num desnível de rua.