Angústia barroca
É preciso e urgente
manter-se sóbrio,
acima da força
do instinto,
que nutre
em nosso peito
estranhos desejos
e contradições.
Ser altruísta e fiel
sem enganar
a si próprio.
Não se deixar escravizar
pelos outros,
cuidando para não ser
escravo do próprio egoísmo.
Manter-se ileso
ao atravessar a linha
que nos divide
entre o bem
e o mal.
E após passado
o fogo das paixões,
contar os estragos
e as sobras.
Sentir o atrito
da queda
sem ultrapassar o chão.
Evitar perder-se
em mentiras,
mas permitir-se errar
em busca
da verdade.
Encontrar o caminho
de volta,
um abraço
de chegada.
Alguém que compreenda
nossos possíveis fracassos.
Qualquer coisa
que nos diga:
Existimos !
Thiago Cardoso Sepriano