O TEMPO É CINZA QUE CAI E ESFRIA SOBRE A PELE

O tempo é cinza que cai

E esfria sobre a pele;

Vida em manifestações primeiras

Choro de rútilas lágrimas

Vértice que segue o seu

caminho infinito;

É som de badalares matutinos do Amor

Sobrepondo rotas, magneto irregular que provoca as retinas

Ao pôr-do-sol sempre presente

Nuns olhos fugazes voltados

além do horizonte;

Fogo a consumir os dias,

Noites exaltadas em sinédrios

e flama de ébrios que fogem

Do tempo presente, buscando Verdade

no seu vai e vem;

A vida edificada, destruída, reconstrói-se

Com os seus remendos talhados pela cinza

do tempo, cinza que arde na alvorada

E apaga-se no lusco-fusco, a cada dia

imperceptível derradeiro.

E vivemos todos nos desfazendo em pó

Para assim voltar a ser,

Sem sentir o tempo

Na metamorfose da cinza que cai

e esfria sobre a pele.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 28/12/2006
Código do texto: T330229
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