[Revoada para o Nascente]

Ao nascer do sol, os pássaros...

milhares deles caminham na areia!

Debicam-se, pulam uns sobre os outros,

entrechocam-se as asas ansiosas:

aprontam o voo rumo ao nascente,

mas, no entanto, tarda a revoada...

Ao amanhecer, eu não tenho asas...

sou terrestre, ou sou lacustre, sei lá...

Mas apresto-me: sei que será mais um dia acre...

E ao entardecer, quando eu voltar,

terei as mãos vazias, pois o que eu fui buscar,

era nada, apenas o nada de sempre!

Mas a imaginação é ancha; o mundo, infinito...

Amanhã cedo, estarei à espera da revoada

dos seres alados que voam para o nascente,

fértil nascente de promessas, por certo...

[Penas do Desterro, 28 de outubro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 28/10/2011
Código do texto: T3303059
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