COMPULSÃO ALIMENTAR
Ai que fome lancinante!!
Que me surge nas entranhas
Deixa-me louco, arfante
De mim, nada ganhas
Ai que louca compulsão
Que toma meus pensamentos
Quero devorar como um leão
Que vive cheio de tormentos
Ai que fome tão selvagem
A correr-me o estômago vazio
Vejo ao longe uma miragem
E corro como um potro bravio
Essa fome me enlouquece
Atormenta-me o plexo solar
Qual o tipo e a espécie
Dessa fome tão sem lar?
Como e nunca sacio
A fome continua viva
É meu viver tão vazio
Que sente fome de vida
Essa fome tão ilusória
Não se preenche de comida
É fome de amor que chora
Pela alma gêmea perdida
Oh, fome tresloucada
Deixa-me viver em paz
Vai atrás de tua amada
E deixa-me para trás
Pois que o teu desejo
Não é o de comer ou degustar
Mas sim, clama pelo beijo
De um suave paladar.