Talabada

O poeta além de suicida,

pois troca com os poemas a vida,

ainda por cima é ladrão. Desgraçado

o poeta, é sim assim ou não?

É o que rugem os ventos de protesto

na testa do meu ouvido: um manifesto.

O poeta se suicida, o poema vive.

A poeta rouba a inspiração da musa,

A musa se imortaliza, ele não revive.

Eis o B.O. poético no confessionário dos versos:

Afanou a inspiração, um pedaço da alma (com calma).

Contento? Não, com tento, um pouco ainda do tempo.

Roubou a inspiração com um suspiro e as almas

cúmplices: duas meninas dos olhos.

"Meu sinhô, iar roubar o principar na morar, pra morar feliz-ar

no céu dos poemar. Mar num deu. Os home-desprezo chegô.

Me apagô, ôÔ! apagô tudo, versô, sô, só o pó que restô!"

Pó párá cupó aê. Pó pô.... e agora, mô sinhô, o que será que será???

Que era que num foi que desfoi enquanto sendo e acendo o ser, que é.

Assim foi o poeta roubar da musa-principal o isto segundo que ninguém sabe

mais ten-emos. Lá-flur. Lámur-ia. Num foi. O polícia-desprezo prendeu.

Quando o poeta-mufina-orfeu menos viu, tudo (de olhos fechados) morreu.

O que sobrou? Uma talabada: Eu.

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 02/11/2011
Código do texto: T3313706
Classificação de conteúdo: seguro