Inacabada
(Tereza Cristina Saraiva)
Pobre mortal eu sou
Que vivi diante do medo de viver
Respirei ares que idealizei
Sonhei os sonhos de alguém
Aprendiz da arte da alegria
Realidade tão fria
De me olhar todos os dias
E não me sentir como realmente queria
Espelho ingrato que não mente
As rugas que insistem aparecer
Deixando claro que já vivi tudo
Mas nada aprendi
Sou o erro dos acertos dos outros
Sonhos desfeitos jogados fora
Na alma a arma que apontei
Destruindo tudo que acreditei
Briguei, gritei e calei
Para ter paz e não consegui
Pois os erros que cometi
Não com alguém e sim a mim.
Escorreguei nas palavras
Apaguei sentimentos
Destruí pensamentos
Perdi os sonhos
Nos perdidos sonos
Para ficar acordada
Pensando o que poderia fazer
No que poderia mudar
Para que uma vez apenas
Pudesse ser feliz e mais nada.