Dá licença Victor Hugo

Quase mudo

Ecoava o grito na torre

As badaladas iam e vinham

e cristãos não se atentavam a tessitura,

nem pagãos compadeciam-se da solidão

O belo feio

encontra a alegria

de um gesto de atenção

As badaladas de um meio dia

Abriram um coração

Trataram de trazer pra perto

um gesto de compaixão

E nesse meio deserto

de torres de sinos mudos

de aves itinerantes

ousou-se uma semente

Do brilho de uns olhos

Do traço de um sorriso

Ouviu-se o verbo falado

Cuidando-se de um amigo

Tirando do ostracismo

a arte de amor cantada

Saida das badaladas

Que tinha mais cor e brilho