De novo o poema / Filha da santa
DE NOVO O POEMA
Busco, para um poema, silêncio e solidão
Mas em ambos os espaços vazios
Nada encontro, nada vejo em tal amplidão
E a sensação de nulidade dá-me calafrios.
Inutilmente espero-o por um tempo farto
Porém, tolo que sou, não aprendia ainda
Que o poema vem de um espontâneo parto
E que a espera é vã, embora honrosa e linda.
Deixo então de tanto esperá-lo
E nesse momento, o ar de sua graça,
O poema dá e por mim ele passa.
Tento prendê-lo, mas cheia de calo
A minha mente sua fuga facilita
E ele ri um riso de fino artista.
Cícero – 16-12-09
FILHA DA SANTA
É tanto trabalho,
tanta lida
é tanta a diária labuta,
que, com razão,
dizem que a vida é filha da santa!
Cícero – 08-12-09