Recente
Por tantas vezes estive num bosque de efêmeros,
voltei atrás milhares de vezes,
na tentativa de um acalanto para minha saudade.
Loucura seria jamais voltar, jamais tentar.
Loucura foi tal enredo do conto de uma fada sem tal final feliz.
Hoje,
não mais em prantos em vão, dilúvios tornam-se memórias passadas,
hoje tenho aquele sorriso ,
que por muito escondeu-se de trás de choros e
prantos por madrugadas à manhãs sem fim.
Na busca de um deleite, de um calor fraterno,
de um colo inquieto.
Tudo vale a pena quando ao menos tentamos,
porém o tempo...
Ah o tempo!
Voa incrivelmente como mágica,
e demora profundamente como ópera a afastar males.
Essa ópera vai soando levemente aos teus tímpanos,
levando embora certos acordes,
porém as claves,
ah essas claves,
jamais o tempo levará embora.
Tempo que nem partitura,
leva embora os acordes que comporam a trilha sonora de nós dois,
porém jamais leva embora a clave,
para que nunca percamos a sensibilidade de acertar o tom ao lembrarmos.
Tamanha é a saudade.
Tão recente, ainda sinto.
E tamanho é o passado intercalado entre nós dois.
Que sejamos sempre o tom exato da nossa saudade.
Para que nunca seja mais.
Apenas seja eterno suficiente para ser lembrado como musica.
Canta, sucede e se vai.
Marinara Sena
17/11/11
01:09