TRISTEZA INVENTADA

Dor, dor

o teu nome é pavor

Corações ferozes

em compassos profundos

que não podem cessar.

Pressão, ar,

novembro segue

nada muda

é tanta intolerância vazia,

tanto sofrimento inalterado,

que os batimentos acelerados

pela pressa inconsciente

acaba por queimar anos.

É tanta dor persistente

pulsando

pulverizando anos,

amontoando aniversários.

Dor, dor

o teu eco é horror

mãos sujas de vida inútil

dor que não se enxerga

além do contato com a pele

que sangra lágrimas

tão claras como as manchas do SOL

nos olhos que se fecham em direção a luz,

mas não há com o que se preocupar

Invento tristezas

para confrontar a brutal realidade.