“A morte do encanto”
Descanso as armas, assumo a derrota.
Os laivos de sua presença se desvaneceram
Submersos ficaram nos vácuos da memória
No contexto das nuances opacas e frias
Onde só havia mazelas, garimpei virtudes.
Que ao longo do tempo virou encanto escasso
Gastou a eloqüência das palavras forjadas
E vagou a esmo aquela paixão prometida
O destino calou tuas andanças por mim
E sobre meus desejos, teu poder sucumbiu.
A casual incidência é lembrança corrosiva
Cuja lesão exposta arranha as entranhas
Abriguei a angústia numa fraca muralha
E no fio do crepúsculo, não vejo arrebol...
Glória Salles
27outubro 2009
21h25min
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.