Aquém do “panem et circenses”

Cordeiros viraram lobos.

Embriagaram-se

com cálices de vinho.

Nem rezam por seus ideais

Que jazem

nos porões sombrios.

Há um silêncio que perturba

àqueles que faziam a hora.

Diziam mais com a boca amordaçada

nos tempos rudes de outrora.

A opressão ganhou um colorido

das telas dos aparelhos de TV.

Um ópio que aliena

espectadores das tardes de domingo.

Como olhar para o horizonte incerto

com um vazio inquietando a retina.

Ver sofrimento da dor de quem trabalha

e impunidade a favor da tirania.

A liberdade abandonou seus véus

não mais se morre

por ter uma opinião.

Porém, zombam os ecos da censura

do desperdício

da liberdade de expressão.

Os sonhos continuam os mesmos,

apesar de novos paradigmas.

Ter um trabalho para ganhar a vida

Beijar a esposa para dar sentido a tudo.