Perpétuos

- AO ETERNO AMIGO T.S. N –

Como tu estás mudado,

Tão irreconhecível, sozinho,

Sem esperança...

Não parece mais aquele garoto rebelde,

Tu perdeste o jeito de criança.

Não me acostumei a ver-te nessa sua nova roupa.

Nem gostei dessa sua nova casa.

Seu coração é totalmente gelado,

Diferente do meu que arde com’uma brasa.

Será triste esquecer-te amigo,

Pois quando lho pro meu quintal,

Ainda vejo-o brincando...

Sua voz cessou-se irmão.

Mas parece que ainda ouço,

Você falando.

Chegou à hora meu amigo,

Que a morte lhe deu um tiro certeiro.

E você vive sozinho nesse túmulo,

Tendo o orvalho que rega a terra,

Como único companheiro.

O silêncio que você nunca gostou agora reina,

E nada interrompe seu sono derradeiro.

Um dia também estarei assim.

Sem esperança, sem luz, sem nada...

Um dia também dormirei assim,

Um dia cessarei minha jornada.

Vivo como você meu amigo,

Sem rumo, sem certeza, sem razão.

A vida é sem finalidade,

A vida é traição.

Seremos vizinhos novamente irmão.

Dividiremos o mesmo quintal,

E dormiremos no mesmo lugar.

Não brincaremos como brincávamos,

Apenas dormiremos sem ninguém nos acordar.

Vizinhos, sim! Vizinhos novamente,

Estaremos juntamente no mesmo lugar...

Perpétuos, perpertuamente,

Dormiremos eternamente sem ninguém nos acordar.

Mr Doug
Enviado por Mr Doug em 03/01/2007
Reeditado em 18/09/2009
Código do texto: T335754
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