ESTILHAÇOS
O chão pesa em meus pés!
o céu é tão distante...
e é como se não existisse longe,
nem onde e nem aqui.
Tudo é barulho e grita!
Todo olhar me encara e fita.
Todo falar me desnuda e apita
as faltas que cometi.
E na beleza das horas
componho histórias de reluzir.
Vitrais que se partem;
cores esmigalhadas que se repartem
em estilhaços de incompreensão.
Escutar corta a pele!...
a ferida fere,
arranha o arranhão,
queima a queimadura,
planta dos pés em carne viva
arrastando no chão.
Amigo,
O silêncio é de ouro!
E, em horas dessas, vos digo:
é o melhor remédio;
é o melhor consolo!
D.V.
11/2011
Copyright © 2011 Dulce Valverde
All Rights Reserved