INSÔNIA E DOR

Eu sou aquela semente

Que as mãos do onipotente

Lançou ao solo da vida

Sem sentir o mínimo gosto

Cresci triste e absorta

Qual um barco a deriva

Cinjo as ondas da incerteza

contemplando a natureza

Que finjo,me encantar

Nunca gostei do arrebol

Também não suporto o sol

Quando vem me despertar

A serenata dos galos

Me irrita igual os carros

Que passam na minha rua

Minhas noites são bisonhas

Se estou nos braços da insônia

Eu desprezo até a lua

Parece um disco sem graça

Pendurada numa praça

Escura e sem ilusões

Não se afina aos meus lamentos

Não me entende o sofrimento

Machuca o meu coração

A noite nunca termina

É um poema sem rima

Sem encanto,e sem ternura

O zumbido da cabeça

Vira minha alma do avesso

Sou um fantasma no escuro

Minhas noites são deste jeito

Na bagunça de um leito

Que mais parece um sudário

A guardar no seu jazigo

Uma mente apodrecida

De um ser imaginário!

GILMA LAISA
Enviado por GILMA LAISA em 01/12/2011
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