VINHO DE TÂMARAS

VINHO DE TÂMARAS

Deito-me nú na areia deserta...

A existência vai-se habituando

A não me aborrecer...

Vai aprendendo que não vale a pena

Ser mais teimosa que eu...

O Sol vermelho alaranjado

Vai aquecendo o ambiente

Enquanto tento adormecer

O alucinado consciente

Os olhos fechados

Projectam na tela interior

A obsessiva imagem do teu corpo

Coberto de tâmaras!

Tâmaras?

-"Doces tâmaras que as areias do sul beijaram."

Não conheço esta voz

A ressoar dentro de mim...

Tâmaras a cantar...

O suor a estalar as têmporas...

Acordo siderado

A areia continua deserta

O sol desmaia

No horizonte... sózinho

Eu sorvo

O mar de solidão

Em que me envolvo

E recordo apenas

Um fragmento do meu sonho...

Bebo-te... no aroma do meu vinho!

ressoa
Enviado por ressoa em 13/07/2005
Código do texto: T33682