ESCREVER É CORTAR

Quem escreve o faz junto
Do assunto a desenvolver:

Palavras se acomodam,
Invadindo os espaços,
E não há como espremê-las,
Nem passá-las na peneira,
Tentar extrair seu sumo,
E com o assunto concentrado,
Resolver todo o problema ...

Mas com palavras à beça,
Acontece o mais complexo:
Palavras procriam, avessas,
Que de tantas, vai-se o nexo...

Tumultuam, sobram, transbordam...
E se toma outro caminho,
Que nem sempre é aquele
Desde o início proposto.

A solução é cortá-las...
E de cada poda de palavra,
Brotam ramos que serão
Inícios de outros rumos,
Que levam à conclusão
Daquilo que se vê escrito,

E o que mostra a realidade,
É que nem quem pôs no papel,
No final se apercebeu...

Qual palavra saiu das sobras,
Quais foram as de uso lógico,
E quais emergiram, mágicas,
E em que mundo ele escreveu...

José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 05/01/2007
Reeditado em 19/02/2007
Código do texto: T336946
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