FAZENDO (de) CONTAS

FAZENDO (de) CONTAS

Pétala a pétala

Desfolho o espinho

Do meu poema

Que pode ser um carinho

E pode ser um dilema...

Mas quando se solta a pena

Há que resolver o problema

A caneta já não pára

Parte, avara,

À procura da rima que não vem

Às vezes não convém

Deixar a caneta à solta

Às vezes revolta

Não a poder controlar

Perdem-se todas as pétalas da rosa

Cavam-se todas as rugas do rosto

Chega até a ficar vaidosa

A maldosa da caneta

Mas não domina o poeta

Deitei fora a caneta

Apanhei uma a uma

Cada pétala da flor

Juntei uma a uma

Cada rima que caíu no chão

Ergui o poema que morria

De forma sistemática

Mandei fora a matemática

E a soma estava ali

Naquele amor que me sorria

Na minha poesia

ressoa
Enviado por ressoa em 13/07/2005
Código do texto: T33706