Em terra estranha
Atravessando antigas ruas
quase esquecidas...
persignando-me
diante da velha igreja,
mesmo sem fé explícita,
prossegui...
Por que voltar, se o destino
era seguir em frente?
Por que duvidar, se os humanos
não mais surpreenderiam
este cansado coração?
Certamente, braços acolhedores
esperariam ao final do corredor.
E tudo seria tão diplomático
como são todos os reencontros
inofensivos...
Tudo seria como reunir-se
amigavelmente, fraternalmente
em torno de uma lareira
inexistente...
enquanto lá fora,caísse uma neve
imaginária...
E, ali dentro, entre amáveis risos
e o caloroso fogo do reencontro
viria o pedido tão inesperado
intempestivamente jogado, sem temor...
(coisa de quem nada tem a perder).
Poucos segundos...e toda cena...
o fogo acolhedor...tudo em volta
se transformaria em estranheza...
País estranho, terra estranha...
Esperada resposta.Caminho de volta.
"Eu faria, eu diria, eu seria"...
toda coragem que me foi negada.
Mas, isso tudo "seria" apenas
num tempo condicional...
Se houvesse lareira, se houvesse neve...
se houvesse empatia...
além da proverbial e humana
simpatia.