Aos vinte anos...
 
Somos belos, fortes e fogosos,
Exibimos nosso físico
Elástico, virtuoso.
Desafiamos os fortes,
Calamos os fracos
Tornamo-nos reis e heróis,
Derrubamos todas as  barreiras.
De nossos poros exalam
O calor e o amor...
 
Aos vinte anos...
Somos vividos, esclarecidos,
Um verdadeiro universo em expansão,
Vaidosos, talentosos
Somos soberbos, intelectuais, sutis e sagazes
Enganamos os velhos e os sábios
Os bobos e os tolos.
 
Aos vinte anos...
Levamos todas
Constatamos tudo,
Já vivemos tudo,
E não importa de onde viemos
Que somos o que seremos
Só sabemos que somos importantes
 
Aos vinte anos...
 
O mundo é pequeno
Nosso conhecimento é global
Percebemos que em nossa volta
Com exceção de nós
Todos são reles mortais...
 
Aos vinte anos...
 
Somos donos do mundo,
Nada é longe,
O tempo é tão pouco
Parecemos tão loucos
Em busca de um infinito ideal...
 
Aos vinte anos...
Faremos
O que deixou de ser feito
Seremos perfeitos,
Os melhores sujeitos,
Sequer temos defeitos
Sabemos que somos
Simplesmente
Os melhores da espécie...
 
Aos vinte anos...
Até que chegamos...
Aos trintas, aos quarentas,
Aos cinqüentas...
Com a certeza que tudo,
Tudo que ficou para traz
Foi a nossa juventude vencida...
 
As Nossas conquistas ficaram
Para os novos de vinte anos,
Mas que sabemos que estes
Aos trinta, Aos quarenta ou
Aos cinqüenta deixarão
Elas novamente para
Os novos de vinte que virão.
Estes belos seres...
Aos vinte anos...
 
Rio de Janeiro, 04/10/2000
 
Francisco Rangel
 
 
 
 
Francisco Rangel
Enviado por Francisco Rangel em 06/12/2011
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