Menino Carente
Menino Carente
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Quando estou longe de tí, sinto-me como prosseguir num caminho escuro sem o brilho da lua, nem o cheiro das flores.
Quando estou longe de tí, até a noite fica muito, muito mais silenciosa e o dia é como se não existisse o calor da tropicalidade e os rios não apresentassem suas beiras.
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Meus olhos funcionam como dois velhos e carentes vaga-lumes que vagueiam numa noite já invernosa, prestes a morrer.
Minhas mãos se abraçam de maneira misteriosa e pensam tocar seu rosto com muito carinho.
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Vem o outono e os mesmos olhos agora choram. Choram pelas flores que desabrocham e pelo murmúrio indolente e cheio de segredos que guarda um coração apaixonado.
E assim... vou pensando na grandeza e no espaço, no tempo e no mormaço, no começo e no fim, recebendo por merecimento e não espórtula, um lindo amor frenesi.
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Wilson de Souza, Outono 2005.