verbo encantar
ainda pulsa em mim
a cadencia
o pulsar ligeiro
derradeiro
latente
das tuas ancas
da tua volupía
do teu cio
vulgar
poético
na des-razão
que dá razão
e vazão
ao existir da poesia
esmagada pelo tempo
sem remos
sem cais
sem setas
sem metas
pulsa em mim
os rios de prazeres
que o meu corpo
de hematomas se marcou
no ritmo íntimo
ínfimo, mínino, ocular,
na ventania do meu existr...
vagabundo e insano
prostituto de mim mesmo
a ermo
a saudar
os ventos cardeais
nos varais da loucura
na candura
do verbo encantar