verbo encantar

ainda pulsa em mim

a cadencia

o pulsar ligeiro

derradeiro

latente

das tuas ancas

da tua volupía

do teu cio

vulgar

poético

na des-razão

que dá razão

e vazão

ao existir da poesia

esmagada pelo tempo

sem remos

sem cais

sem setas

sem metas

pulsa em mim

os rios de prazeres

que o meu corpo

de hematomas se marcou

no ritmo íntimo

ínfimo, mínino, ocular,

na ventania do meu existr...

vagabundo e insano

prostituto de mim mesmo

a ermo

a saudar

os ventos cardeais

nos varais da loucura

na candura

do verbo encantar

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 24/12/2011
Reeditado em 24/12/2011
Código do texto: T3404542
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