Vieram-me tuas lágrimas pela manhã
Vieram-me tuas lágrimas
Pela manhã
Enviadas por ti para que
Me acordassem
E me fizessem lembrar do teu
Não esquecimento
Insistiram em acarinhar
Minhas mãos
Ansiosas por registrar as
Palavras que me sangravam e
Me feriam
Letras tortas, mortas, sentidas
Pela distância da tua vida
Contidas
Pela brisa matinal a mim
Trazidas
Não sei bem o que me motiva
Nesse momento
Aflição, dor, angústia, amor num
Só sentimento
Sei muito bem o que me falta
Teu riso, teu cheiro, teu jeito
Teu alento
Poesia, prosa, romance
Teu dia, cor, tua nuance
Vem a tarde; na praça onde
Andamos
As folhas caem pelo solo
Ainda está ali nosso banco
Tua cabeça ‘inda reclina
No meu colo
Fechando os olhos para a vida
Lá fora
Abrindo o coração p’ra nossa
Música agora
Onde está você, tua vinda
Tua vida linda?
Demora ‘inda...
Marcelo de Andrade
17/12/06
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