Abandono à sorte...

Por que me deixastes, por que pagar caro eu mereço?
Eu sinto que não devo, nada de errado quis e fiz
Meu único erro foi ter desejado tanto mal, mas
Deveria eu perdoar a quem me tratou como um animal?
Não, Anjo, eu sei e creio que não
Nunca recusei ajuda e dar a minha mão a um irmão,
Sequer levantei alguma causa, dúvida ou questão
Sempre cri em tudo aquilo que me ensinastes,
Levei a tua palavra a todos, a toda e qualquer parte
E jamais por isso fui amada, querida, protegida ou ouvida,
Passei em branco, anos, como papel sem tinta escrita
Te pedindo que me ensinasse o melhor do amor desta vida
Mas para mim destes as costas, me rejeitastes, abandonastes,
Deixando-me solta, largada e perdida a minha própria sorte...
Como eu posso crer em ti, Anjo da bondade, e não no mal?
Como posso, se o zelo falta, eu me fazer a ti, igual?
Não, Anjo, ainda não me livrastes do demônio de todo pecado,
Ele ainda se faz vivo e insiste em estar aqui ao meu lado
E teus braços eu vejo, tu os mantém para mim fechados
Deixando minha alma à deriva como náufrago próximo à ilha,
Sem chance de vir socorro divino a lhe salvar...
Por que haveria eu de crer em ti se não crês em mim?
Te clamo, se for para ser assim, tenha dó, leve-me logo ao fim."
Carla Babi Fuchs
Enviado por Carla Babi Fuchs em 30/12/2011
Código do texto: T3413595
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