nº4
Que é um clã?
Que é um monte de nuvem na cabeça?
Como é não comer uma maçã?
Se sabe mais, também imito
Se já não há nada a mais, eu quero mito
Escuso o que passou pra eu caber
Um jirote é um jirote, o carpinteiro constrói
É ingênuo e sadio trabalhar com os cães
Que derriçam preás
E é saboroso saber a verdade:
Vive-se sonolento e cerra os olhos
Num tal momento que
Um sol, um dia, onze dias é tudo ser
Põe tua mão no pó, ali
Não ficará posto, se tem presença,
Tem sentido, o teu sentido,
É desde menino
Desça do táxi um pouco antes de debruçar
Numa ponte
O que se abre aqui é o que pode chegar
Escutar tua vida, sem sanfona, trompete, bumbo e violão
É sinfônico e percussivo
É sincrônico e remissivo
Redime-te a tua essência e reflita: Houve vida!
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(*)Poesia nº4 inédita da passagem "Anti-eternal" in "Eternal do Tempo" (86)