lembranças
as marcas dos teus pés
ainda estão pelo chão
tenho tuas mãos
cravadas no peito
fotografias
trejeitos
teus restos espalhados
em todos os meus cantos
nas poesias
nos desencantos
a mesma paisagem
presa na janela
a tua imagem indo longe
impregnada no meu olhar
quase me cega
mal consigo ver o mar
as sombras dançando
na luz branca das arandelas
te trazendo de volta
me inquietam antigas mazelas
iluminam alguma coisa
que eu pensava morta
a sensação de te ver outra vez
entrando soberba pela porta
essa insegurança
esse talvez
essas lembranças
que não me deixam te esquecer
de vez