ABISMADO


Quantas vezes por dia vejo o mundo adormecer
num cansaço de si que motiva desconfiança
não há qualquer menção de esperança
mesmo que tenha sentido em ser assim
p’ro futuro a crença ainda é criança

Neste sono a fantástica fábula tem nomes
cores , partes e ainda sobrenomes
hierarquias para não perder de vista a raiz
que se afunda no pântano da indiferença
por que o outro não me é semelhante
por que o outro me é distante

Quando será que acordará desta inércia
Lutaremos contra ela?
Para depois na inércia ficar
E estabelecer os padrões
E fechar mais uma vez os portões
Da verdade que insiste em andar
Tão longe ao vento deixando apenas, perfume..