Toque da alma

Toque da alma

Tempo que abafa

deixa de lado

guarda os aflitos

perdidos e largados

passa o passado

envenenado.

Tempo tem poeira,

leve(a) a vida na beira

rola os antes na ladeira

eleva tantos agoras em destreza

Lavo as poeiras dos enganos

digo em segredo qualquer dano

palpito com língua desejos

transfiguro doses liquídas

em sólidas letras.

Anseio odes melódicos,

calígrafos das paixões,

dispo o corpo e cubro pele-alvura.

Atravesso todos orifícios

sem indícios pela falta de ofício.

Dissolvo vontades na sola dos ouvidos

de sonhar com concertos

de gaitas de guitarras,

danço nas nuvens de cores

toco com notáveis patas encantadas.

Apresento ao espírito o sangue da vida,

com(o) alimento para sermos um dia,

imortais...

Para reviver,

cego ao final,

qualquer dia

o a/mor(te) imortal.