ODE AO AMOR
Eu canto à luz que me deixa ver
Ao perdão dos que me aceitam
Canto à estrada ainda que estreita
Do amor que em mim ainda vive!
Eu canto à vida lúdica e feroz
Que traz a dor que não tem guizo
Cultuo os sonhos imprecisos
Dos amores que sonhei e nunca tive
Eu não canto à perfídia dos opulentos
Ao contrário, canto aos deserdados
Canto para que todo seu sofrimento
Não os abalem, mas os motivem
Canto às mãos vazias, infatigáveis
Ao eterno entusiasmo do aprendiz
Canto para que seu almejar profundo
Apenas o inspire e não o escravize!
Canto à humildade das raízes
Que sustêm as florestas, escondidas
Canto a tudo que possa gerar vida
E a tudo que à morte contradiz
Canto a ao ser amargo e infeliz
Que do trono do amor foi destituído
Que nunca desista, mesmo desiludido
Para que a coragem de amar, o reviva!